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Reportagem: Ataraxia ao vivo no
Auditório Novo do Orfeão de Leiria, 14 Fev. A noite
prometia e os Ataraxia não deixam gorar as expectativas dos
presentes, num concerto no limiar da genialidade e
perfeição.
Os Ataraxia são daqueles grupos que à primeira
vista podem parecer imaginários... O seu som
'medieval/neoclássico/renascentista/ancestral/espiritual' profundo
que tanto os caracteriza, ganha um novo e ainda maior fôlego com a
voz fenomenal de Francesca. Se ao vivo desfazem-se e constroem-se
mitos, também ao vivo se vê a qualidade de uma banda, os Ataraxia
limitam-se a criar culto e veneração em todos os que assistem aos
seus concertos, e foi isso que aconteceu em Leiria. Um concerto
único em Portugal no âmbito do Festival Fade-In, que serviu
de apresentação ao novo álbum, "Saphir", prestes a ser
editado. O concerto dividiu-se em duas partes, a primeira,
dedicada à apresentação dos novos temas, que mostram uns
Ataraxia cada vez melhores seguindo a linha de
"Sueños", o seu último álbum, e uma segunda parte, que serve
para percorrer a longa discografia de 13 álbuns de originais
editados até à data. A voz de Francesca estremece o interior de
qualquer um, e os restantes elementos dão corpo à sua bela voz.
Sempre que o tambor soava, e num contínuo crescendo, a espinha sofre
arrepios e venerava-se, pura e simplesmente, aos Senhores que ali
estavam. Será porventura fácil de escrever, será porventura difícil
de explicar e de perceberem o que lá se passou. Para o final estavam
reservados dois encores, pedidos de forma incessante pelo
público, que obrigam os Ataraxia a regressos acalorados. Os
seus olhos brilham, emocionados pela ovação, e todo o jogo, e toda a
troca de olhares que se havia estabelecido desde o início do
espectáculo, multiplicou-se vezes sem conta. Mas tudo o que é mágico
tem um fim... O que faltou para que as coisas fossem demasiado
perfeitas? Um som que permitisse melhor definição na guitarra, a
presença do performer "arlequim" que personalizasse toda a música
que se ouvia e sentia como em ocasiões passadas, e que o local do
concerto fosse o belo Castelo que se impunha sobranceiro à cidade
(onde pela tarde Francesca havia feito "estremecer" as paredes em
jeito de aquecimento). Divinal!!!
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