Aqueles que já ouviram Ataraxia, sabem perfeitamente que a cada disco, está prometida uma viagem pela fantasia, quer para quem se prefira embrenhar nas histórias apresentadas, ou simplesmente, vaguear pela própria mente.
«Kremasta Nera», não é excepção e conta-nos a história de nove rituais, de um povo que existia mesmo antes das civilizações gregas e monoteístas, numa estranha e ritualista sucessão de sons, que variam entre o tribal e os acústicos, sendo a voz de Francesca a união de tudo isto, passeando com a mesma facilidade por registos cantados em quase soprano até desesperados apelos sussurrados.
A Deusa a que esses nove rituais eram prestados, estará certamente presente, já que todo o disco caminha suavemente por linhas acústicas – já típicas nestes italianos – chegando a níveis de intensidade bastante fortes quando as componentes tribais se fazem notar através de uma secção rítmica feita tambores de peles que são já difíceis de encontrar no mundo ocidental.
Estas mesmas componentes poderão agradar ainda mais aos apreciadores de World Music, sem que «Kremasta Nera» comprometa a base de fãs mais antigos.
Numa primeira edição de 2000 exemplares, este novo registo virá em digipack, numa edição dos Ark Records, com um blooklet de 16 páginas, vivamente recomendado aqueles que valorizam este projecto para não se contentarem com um simples download.
Que os rituais comecem, pois os sons para que eles aconteçam já estão criados pelos Ataraxia. Épico.